Rabisco meus versos Procuro rimas Meu país é violento Então em tento Trazer alimento Preciso versar Vaga-lume esclarece Bendito seja Inspiração aparece Alguma coisa entoa Um som ecoa A palavra voa Meu verso é água fria Sobre um papel frio Numa cuca vazia Quem sabe um dia Eu volte pra Itapemirim A pescar no rio Rio rio rio.
Despetalei a rosa Tão dengosa Ela reclinou sobre mim E eu acariciei sua formosura Toda nua Um zangão sobrevoou nossas cabeças Ameaçou-nos Parecia enfurecido Mas logo se retirou E despetalei a rosa Tão dengosa Os espinhos apontaram contra nós Pareciam ferozes Queriam desprender-se dos galhos As pétalas no chão As pétalas avermelharam o chão E a rosa reclinada sobre mim Eu acariciava sua formosura Toda nua Tão dengosa A rosa.
Como o sol corta o céu E a Lua vem logo atrás Tudo passa Mas não deixe o amor passar Se o verão acaba mês que vem Nossa amizade não pode acabar A vida é curta, meu bem Mas não deixe a vida passar Se a felicidade é só um momento Segure-se no tempo A paz é uma pomba que voa Solte a pomba Se o sorriso faz bem ao coração Sorria, ao menos por remédio Beijos, gemidos e delírios Oh, amor! A passageira embarcou A viagem está boa Eis a cidade.
Um carro passa, preguiçosamente Ouço o silêncio de seu respirar O clarão da Lua na janela Acaricio seu corpo Ela ainda pouco murmurava Agora nada diz Uma música brega no rádio destoa Que importa? Ela em meus braços Tão quieta! Tão minha Se ajeita no meu aconchego O tempo voa Tomo fôlego Outra vez Vozes lá fora vão indo A noite... a noite foi feita para amar A gente sabe disso E não perdoa O amor quer oportunidade Quer uma chance Quer seu espaço
feira Olha o abacaxi cuidado com o espinho olha o abacaxi a mandioca vai a mandioca? olha a mandioca não deixe de levar mulher bonita não paga não aperte o tomate olha o tomate dois por um real pega a baciinha vai a cenoura banana da terra ouro e prata não seja ingrata olha o peixe cuidado que o muçum pega olha o bagre da cabeça dura cuidado que ele escorrega quem troca vinte reais? leva mais que arredonda já vou lhe dar o troco tem pepino chinês africano, alemão e japonês
Pra dar tesão? tem amendoim, gengibre garrafada de raízes folha de alcachofra faz a simpatia coloca comigo-ninguém-pode atrás da porta é bater e valer olha o ovo de codorna quem vai querer tá barato, freguês Olha aí...
Vai minha poesia Leva meu verso Voa por este mundo afora Abre fendas Atravessa rios, mares e florestas Atravessa cidades, séculos e fronteiras
Não deixes a angústia abater os sábios A ignorância vencer a inteligência O estudante se apoderar da violência Palavras mágicas, não fujam de meus lábios
Vai minha poesia Dá a ela o meu abraço Tira-lhe toda hipocrisia Trá-la de volta ao meu regaço
Leva minhas palavras aos que virão Diz a eles que um amante da beleza Gostava de versar Livre leve e solto Um sonhador errante Nesta terra de gigante
Vai minha poesia Leva meu verso Por este mundo a fora.
Meu amigo voce tem talento pra dar e vender,suas poesias sao lindas como teu coracao,doce,inteligente,criativo..e deixa a gente mau acostumado com tantas coisas bonitas,ha como eu gosto de uma boa poesia,isso sim e poeta e dos bons...felicidades na sua linda caminhada.DEUS te abencoe.
Quem nunca foi surpreendido? Quem nunca foi pegado de surpresa? Até mesmo os psicólogos se embaraçam quando surge uma pergunta inesperada, num momento de descontração. Pergunta besta, boba. A primeira mostra de que a pessoa foi surpreendida, é pelo início da resposta: “bem! O negócio é o seguinte.” Por este início é possível perceber que o sujeito quer ganhar tempo para imaginar sua resposta. Uma vez uma senhora me perguntou, numa roda de bate-papo, sobre futebol e música, o que é saudade. Pergunta fora de tom, fora do tema da conversa. Pergunta boba. As palavras me fugiram e o engraçado é que todos pararam de falar, e se voltaram para mim, esperando que eu respondesse. Parecem que todos queriam saber, ou pelo menos ouvir o que eu explicaria, 0u mesmo queriam saber como eu me sairia daquela pergunta. Virei o rosto pro lado contrário, cocei a cabeça, cerrei o semblante, respirei fundo. - Saudade? Saudade é uma coisa muito simples, que todos nós sentimos. A mulher não se deu por vencida, olhou-me com cara de quem não vai em qualquer enrolo. - Mas você não explicou o que é saudade. - É verdade, não expliquei, mas vou tentar. Olhei pro céu e busquei palavras que me faltavam, o silêncio no momento talvez tenha me ajudado. Senti que tinha que dar uma resposta satisfatória. - Saudades, minha querida, são lembranças boas, de momentos bem vividos, são doces imagens que ficam em nosso subconsciente e vêm à tona, num momento qualquer, que esteja ligado àquele assunto. Por isso que se diz que saudade é uma palavra triste, porque traz momentos bons, queremos revivê-los e não podemos. Só de lembranças. Aquelas lembranças ficam ali, passando como se fosse um filme. E nós, querendo voltar ao tempo. Parece que todos ficaram satisfeitos com minha saída. Os amigos relaxaram, respiraram descontraídos, a mulher abriu um sorriso. Um amigo, que estava no bate-papo virou-se para a mulher: - Por que você quer saber o que é saudade? - Ora, porque ninguém nunca me explicou o que é, então como este nosso amigo gosta de falar sobre essas coisas, essas filosofias, pensei em lhe perguntar. O amigo se aproveitou, inspirou-se e emendou: - Você sente saudades de quê? - Sinto saudades de muita coisa, de minha família, do tempo que eu pescava no córrego que passava lá perto de casa. Um dia eu peguei uma traíra na peneira, que minha mãe fez escabeche para a família toda almoçar. Tenho saudades de quando eu roubava frutas no quintal do patrão, lá das redondezas, tenho saudades da escola, da minha professora. A gente fazia bagunça mas ela gostava da gente. Tenho saudades do primeiro namorado, que não sei para onde anda. - Pode parar, amiga, que já tem gente querendo chorar. Vamos voltar a falar de futebol. - Agora entendi porque que se diz que saudade é palavra triste.
CAÇADOR DE VERSOS
ResponderExcluirRabisco meus versos
Procuro rimas
Meu país é violento
Então em tento
Trazer alimento
Preciso versar
Vaga-lume esclarece
Bendito seja
Inspiração aparece
Alguma coisa entoa
Um som ecoa
A palavra voa
Meu verso é água fria
Sobre um papel frio
Numa cuca vazia
Quem sabe um dia
Eu volte pra Itapemirim
A pescar no rio
Rio rio rio.
A ROSA
ResponderExcluirDespetalei a rosa
Tão dengosa
Ela reclinou sobre mim
E eu acariciei sua formosura
Toda nua
Um zangão sobrevoou nossas cabeças
Ameaçou-nos
Parecia enfurecido
Mas logo se retirou
E despetalei a rosa
Tão dengosa
Os espinhos apontaram contra nós
Pareciam ferozes
Queriam desprender-se dos galhos
As pétalas no chão
As pétalas avermelharam o chão
E a rosa reclinada sobre mim
Eu acariciava sua formosura
Toda nua
Tão dengosa
A rosa.
PASSAGEIRA
ResponderExcluirComo o sol corta o céu
E a Lua vem logo atrás
Tudo passa
Mas não deixe o amor passar
Se o verão acaba mês que vem
Nossa amizade não pode acabar
A vida é curta, meu bem
Mas não deixe a vida passar
Se a felicidade é só um momento
Segure-se no tempo
A paz é uma pomba que voa
Solte a pomba
Se o sorriso faz bem ao coração
Sorria, ao menos por remédio
Beijos, gemidos e delírios
Oh, amor!
A passageira embarcou
A viagem está boa
Eis a cidade.
HORA DO AMOR
ResponderExcluirUm carro passa, preguiçosamente
Ouço o silêncio de seu respirar
O clarão da Lua na janela
Acaricio seu corpo
Ela ainda pouco murmurava
Agora nada diz
Uma música brega no rádio destoa
Que importa?
Ela em meus braços
Tão quieta!
Tão minha
Se ajeita no meu aconchego
O tempo voa
Tomo fôlego
Outra vez
Vozes lá fora vão indo
A noite... a noite foi feita para amar
A gente sabe disso
E não perdoa
O amor quer oportunidade
Quer uma chance
Quer seu espaço
E eu a possuo
Num firme abraço.
DEBOCHADO
ResponderExcluirQuanto mais se corre do problema
Mais ele cresce pra cima da gente
Se escrever e não ler
O pau vai comer
Formiga quando quer voar
Logo cria asa
Atravessa cinzas
Passa por sobre a brasa
Quem tem medo de cara feia
Não leia minha poesia
Ela jorra em desalinho
Com alguma ironia
Dizem que sou debochado
Debochado sei que sou
Que seria da vida
De quem nunca debochou
A ironia aparece
Sem ao menos querer
Só depois de olhar pra cara
De quem não gosta de ler.
feira
ResponderExcluirOlha o abacaxi
cuidado com o espinho
olha o abacaxi
a mandioca
vai a mandioca?
olha a mandioca
não deixe de levar
mulher bonita não paga
não aperte o tomate
olha o tomate
dois por um real
pega a baciinha
vai a cenoura
banana da terra
ouro e prata
não seja ingrata
olha o peixe
cuidado que o muçum pega
olha o bagre da cabeça dura
cuidado que ele escorrega
quem troca vinte reais?
leva mais que arredonda
já vou lhe dar o troco
tem pepino chinês
africano, alemão e japonês
Pra dar tesão?
tem amendoim, gengibre
garrafada de raízes
folha de alcachofra
faz a simpatia
coloca comigo-ninguém-pode atrás da porta
é bater e valer
olha o ovo de codorna
quem vai querer
tá barato, freguês
Olha aí...
Viajante
ResponderExcluirVai minha poesia
Leva meu verso
Voa por este mundo afora
Abre fendas
Atravessa rios, mares e florestas
Atravessa cidades, séculos e fronteiras
Não deixes a angústia abater os sábios
A ignorância vencer a inteligência
O estudante se apoderar da violência
Palavras mágicas, não fujam de meus lábios
Vai minha poesia
Dá a ela o meu abraço
Tira-lhe toda hipocrisia
Trá-la de volta ao meu regaço
Leva minhas palavras aos que virão
Diz a eles que um amante da beleza
Gostava de versar
Livre leve e solto
Um sonhador errante
Nesta terra de gigante
Vai minha poesia
Leva meu verso
Por este mundo a fora.
Meu amigo voce tem talento pra dar e vender,suas poesias sao lindas como teu coracao,doce,inteligente,criativo..e deixa a gente mau acostumado com tantas coisas bonitas,ha como eu gosto de uma boa poesia,isso sim e poeta e dos bons...felicidades na sua linda caminhada.DEUS te abencoe.
ResponderExcluirSurpresas
ResponderExcluirQuem nunca foi surpreendido? Quem nunca foi pegado de surpresa? Até mesmo os psicólogos se embaraçam quando surge uma pergunta inesperada, num momento de descontração. Pergunta besta, boba.
A primeira mostra de que a pessoa foi surpreendida, é pelo início da resposta: “bem! O negócio é o seguinte.” Por este início é possível perceber que o sujeito quer ganhar tempo para imaginar sua resposta.
Uma vez uma senhora me perguntou, numa roda de bate-papo, sobre futebol e música, o que é saudade. Pergunta fora de tom, fora do tema da conversa. Pergunta boba. As palavras me fugiram e o engraçado é que todos pararam de falar, e se voltaram para mim, esperando que eu respondesse. Parecem que todos queriam saber, ou pelo menos ouvir o que eu explicaria, 0u mesmo queriam saber como eu me sairia daquela pergunta.
Virei o rosto pro lado contrário, cocei a cabeça, cerrei o semblante, respirei fundo.
- Saudade? Saudade é uma coisa muito simples, que todos nós sentimos.
A mulher não se deu por vencida, olhou-me com cara de quem não vai em qualquer enrolo.
- Mas você não explicou o que é saudade.
- É verdade, não expliquei, mas vou tentar.
Olhei pro céu e busquei palavras que me faltavam, o silêncio no momento talvez tenha me ajudado. Senti que tinha que dar uma resposta satisfatória.
- Saudades, minha querida, são lembranças boas, de momentos bem vividos, são doces imagens que ficam em nosso subconsciente e vêm à tona, num momento qualquer, que esteja ligado àquele assunto. Por isso que se diz que saudade é uma palavra triste, porque traz momentos bons, queremos revivê-los e não podemos. Só de lembranças. Aquelas lembranças ficam ali, passando como se fosse um filme. E nós, querendo voltar ao tempo.
Parece que todos ficaram satisfeitos com minha saída. Os amigos relaxaram, respiraram descontraídos, a mulher abriu um sorriso. Um amigo, que estava no bate-papo virou-se para a mulher:
- Por que você quer saber o que é saudade?
- Ora, porque ninguém nunca me explicou o que é, então como este nosso amigo gosta de falar sobre essas coisas, essas filosofias, pensei em lhe perguntar.
O amigo se aproveitou, inspirou-se e emendou:
- Você sente saudades de quê?
- Sinto saudades de muita coisa, de minha família, do tempo que eu pescava no córrego que passava lá perto de casa. Um dia eu peguei uma traíra na peneira, que minha mãe fez escabeche para a família toda almoçar. Tenho saudades de quando eu roubava frutas no quintal do patrão, lá das redondezas, tenho saudades da escola, da minha professora. A gente fazia bagunça mas ela gostava da gente. Tenho saudades do primeiro namorado, que não sei para onde anda.
- Pode parar, amiga, que já tem gente querendo chorar. Vamos voltar a falar de futebol.
- Agora entendi porque que se diz que saudade é palavra triste.
( Aélcio De Brum - cordelconto@hotmail.com)